Siestas: Vilão ou Mocinho?

Esta foto foi tirada durante o Congresso de Cérebro e Emoções, realizado em Gramado em 2018. E sim, isso é um cochilódromo, um espaço dedicado ao descanso. Mas o que isso significa? Será que tirar cochilos é bom para a saúde?

Curiosamente, a prática de cochilar nem sempre foi vista de forma positiva. A siesta, que vem do espanhol (sexta hora = meio-dia), por muito tempo foi associada à ociosidade e preguiça. Entretanto, esse hábito, comum em países hispânicos, também é encontrado na Itália, Grécia e no norte da África.

Após o almoço, é normal enfrentarmos uma sonolência fisiológica, relacionada à queda da temperatura corporal, algo que se intensifica em climas mais quentes. Muitas pessoas, sentindo sono ao longo do dia, optam por cochilar. Mas precisamos fazer uma distinção importante: há uma diferença entre uma siesta e a sonolência excessiva, que pode ser provocada por distúrbios do sono, como narcolepsia, apneia obstrutiva do sono, depressão ou problemas no ritmo circadiano.

A principal causa da sonolência diurna, no entanto, é a privação de sono, muitas vezes voluntária, o que leva o corpo a compensar com cochilos durante o dia. Outro ponto importante é diferenciar os padrões de sono. Enquanto os bebês seguem um padrão polifásico (vários períodos de sono ao longo das 24 horas), os adultos tendem a ter um padrão monofásico (sono concentrado em um único período). Já o padrão bifásico, com dois períodos de sono, é observado em algumas culturas.

Hoje, sabemos que cochilos curtos, de 30 a 40 minutos, podem ser benéficos para a saúde. Eles ajudam a melhorar o humor e a cognição. No entanto, cochilos mais longos podem interferir na qualidade do sono noturno, e acordar após um sono de mais de duas horas pode deixar a pessoa com uma sensação de cansaço.

E se o Plano B não funcionar?

Vá para o Plano C: Aceitação e compromisso

É importante aceitar que estamos dormindo menos, que isso pode ser normal, e que, mesmo fazendo tudo, não conseguimos voltar a dormir. Podemos considerar a possibilidade de ter um sono diferente, como sono bifásico ou restrição do sono.

Aceitar nossos sentimentos em relação à insônia é fundamental. Isso inclui diminuir a hiperalerta e a excitação que não permitem voltar a dormir, aceitar a realidade e as reações comportamentais e emocionais que surgem, escolhendo uma direção adequada aos nossos valores e comprometendo-nos com a mudança.

Um dos aspectos fundamentais da TCC-I é a aceitação, ou seja, parar de lutar contra sentimentos ruins, como ansiedade e medo de não dormir. Lutar contra o sono é fundamental, pois ao entrar nessa batalha, você está perdendo-a. Aceitar que nos sentimos mal por isso é essencial. Dentro da técnica de aceitação e compromisso, está o mindfulness, que já conhecemos como parte do tratamento da insônia, promovendo a atenção plena no presente.

Mas o mais importante de tudo isso é consultar seu médico do sono de confiança para te orientar! A medicina do sono é uma especialidade que estuda e trata mais de 100 distúrbios do sono. Estes planos aqui explicados fazem parte da terapia cognitiva comportamental para insônia, o tratamento ouro para a insônia. Procure um especialista em sono e em terapia cognitiva comportamental para te ajudar.

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